Publicidade

ANEPC promove exercício nacional de sensibilização no Dia Mundial de Consciencialização para o Risco de Tsunami, focando-se nos três gestos que salvam: Baixar, Proteger e Aguardar.

O Retorno de uma Iniciativa Vital: “A Terra Treme”

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) volta a colocar o tema da prevenção sísmica na ordem do dia. No próximo dia 5 de novembro, às 11h05, realiza-se a 13.ª edição do Exercício de Sensibilização para o Risco Sísmico – ‘A Terra Treme’, uma ação de âmbito nacional e anual que visa capacitar a população para saber como agir perante a ocorrência de um sismo.

A escolha da data é estratégica, uma vez que o dia 5 de novembro coincide com o Dia Mundial de Consciencialização para o Risco de Tsunami (World Tsunami Awareness Day), reforçando a importância da preparação face a fenómenos geológicos extremos que, historicamente, afetaram o território nacional.

Publicidade

Apesar de ser um exercício de curta duração, apenas um minuto, a ANEPC sublinha a sua importância, desafiando a população (individualmente ou em grupo – famílias, escolas, empresas, instituições) a praticar os três gestos fundamentais de autoproteção: Baixar, Proteger e Aguardar.

A Ciência da Autoproteção: Baixar, Proteger e Aguardar

O conceito “Baixar, Proteger e Aguardar” é largamente consensualizado na comunidade científica e de proteção civil a nível internacional. Esta resposta rápida é considerada a melhor forma de se proteger durante um sismo e baseia-se em evidências de lesões, minimizando o risco de ser atingido pela queda de objetos ou de ser projetado ao solo pela violência do tremor.

  • Baixar (Drop): Ajoelhar-se ou agachar-se rapidamente.
  • Proteger (Cover): Cobrir a cabeça e o pescoço (e idealmente o corpo todo) com os braços, ou debaixo de uma mesa ou secretária robusta.
  • Aguardar (Hold On): Segurar-se ao objeto que serve de abrigo e manter-se na posição até que o tremor cesse.

Sismicidade Local e a Falha Penacova-Régua-Verín

Para a região de Penacova, a sensibilização para o risco sísmico assume particular relevância devido à sua inserção no contexto geológico do centro de Portugal. A área é influenciada pela sismicidade associada à Zona de Falha Penacova-Régua-Verín (FVRP), uma importante estrutura tectónica que atravessa o território continental.

Historicamente, a região de implantação do Aproveitamento Hidroelétrico de Penacova e Poiares, por exemplo, enquadra-se numa zona de intensidade sísmica máxima de VI (na escala de Mercalli Modificada) para o período 1901-1972, e numa zona de intensidade VII na carta de Sismicidade Histórica e Atual (1755-1996). Estes valores indicam que a área é passível de ser afetada por sismos que causam danos ligeiros a moderados nas estruturas mais vulneráveis.

Foco na Comunidade Escolar e Cidadania Ativa

Os Comandos Regionais e Sub-regionais de Emergência e Proteção Civil, em colaboração com serviços municipais, bombeiros e agentes de proteção civil, desenvolverão ações de sensibilização em todo o país. A participação das escolas tem sido notável, reflexo do trabalho conjunto com a Direção-Geral da Educação (DGE) e a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEsTE).

O evento principal desta 13.ª edição irá decorrer, mais uma vez, junto da comunidade escolar, especificamente no Agrupamento de Escolas Professor Reynaldo dos Santos, em Vila Franca de Xira. A ANEPC reitera o convite à participação de todos os cidadãos e entidades, que podem inscrever-se para demonstrar o seu **“compromisso pessoal e institucional com a causa da proteção e segurança, em nome de uma cidadania ativa e responsável”**.

Preparar a Habitação: O Antes do Sismo

A preparação é uma etapa crítica para a redução do risco sísmico. A Proteção Civil insiste em medidas preventivas que transformam a casa num local mais seguro:

  • Fixar elementos não estruturais como **mobiliário pesado, estantes e armários** às paredes.
  • Arrumar objetos **pesados ou frágeis** nas prateleiras mais baixas.
  • Manter as **camas afastadas das janelas** e **evitar colocar objetos pesados** por cima delas.
  • Assegurar que as **passagens e corredores estão desimpedidos** para facilitar a movimentação em caso de emergência.

Rigor Técnico: A Medição da Magnitude Sísmica

No contexto da sismologia, a classificação dos sismos refere-se à sua magnitude, que mede a energia libertada no hipocentro. Embora a popular **escala de Richter (Magnitude Local, $M_L$)** continue a ser usada, a comunidade científica moderna prefere a Escala de Magnitude de Momento (M_w) para sismos de média a grande magnitude, por ser mais precisa na medição da energia total libertada.

A classificação de magnitude dos sismos é a seguinte:

Categoria Magnitude (M)
Micro Menos de 2,0
Muito Pequenos 2,0 – 2,9
Pequenos 3,0 – 3,9
Ligeiros 4,0 – 4,9
Moderados 5,0 – 5,9
Forte 6,0 – 6,9
Grandes 7,0 – 7,9
Importantes 8,0 – 8,9
Excecionais 9,0 – 9,9
Publicidade
Artigo anteriorÁlvaro Coimbra inicia novo mandato em Penacova com apelo à coesão e ao investimento local
Próximo artigoPenacova reforça apoio à apicultura com distribuição de alimento essencial

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui